As crianças não fazem
o que nós dizemos para elas fazerem. O primeiro método de
aprendizagem é por meio da imitação. Em outras palavras: se quer
que seu filho tenha um determinado comportamento, primeiro você é
quem tem que fazer.
Como você acha que seu filho se sentiria se você comesse um hamburgão, com batatas fritas e refrigerante, enquanto exige que seu
pequeno tome uma sopa de abobrinha? Se sempre que você vai arrumar a
casa o faz se queixando, reclamando, xingando quem desarrumou, como
acha que seu pequeno vai realizar tal tarefa quando for a vez dele?
Nadine no Brasil |
Tanto eu quanto a
Taciana, já postamos fotos das nossas pequenas realizando tarefas
domésticas. E sempre apareceu a “piada” do “Isso é trabalho
infantil!”
Nenhuma de nós 2 temos
empregadas. Taciana por morar em Portugal, não é da cultura de lá. E eu por entender que essa mudança cultural já está às nossas
portas, pois assim como na Europa e Estados Unidos, em breve empregada
doméstica será um luxo, por ser uma prestação de serviço cada vez mais cara. Não a toa que sempre
ouço queixas de como é difícil encontrar uma boa empregada, o
perfil do nosso país está mudando (não vou desenvolver nenhuma análise sociológica educacional aqui, apenas é um fato.)
Assim sendo o fato de
nossas pequenas quererem lavar louças, ou varrer casas não é nada
mais que uma imitação do comportamento que elas vêm constantemente
em casa. E se elas passam a ver isso como algo da rotina (como
escovar os dentes) não será uma “obrigação” penosa e sim só
mais uma tarefa que faz parte do dia a dia.
Claro que aos 2, 3 anos
não colocamos as pequenas para assumir estas tarefas, mas se elas
demonstram interesse e se oferecem para “ajudar”, permitimos,
mesmo que isso nos “atrapalhe” um pouco, pois é mais fácil
tirá-las do caminho e terminar logo o que estamos fazendo, já que
sempre temos um monte de coisas para resolver. Porém se gastamos
alguns minutos ensinando e permitindo que elas “ajudem” teremos
várias consequências excelentes: desenvolvemos nelas o hábito dos
cuidados domésticos, dentro de alguns anos ganharemos uma ajuda
extra, fortalecemos o vínculo e a identificação mãe-filha. Com
poucos minutos elas se cansam e vão procurar outra atividade, mas a
experiência fica como algo natural e espontâneo.
Maria Eduarda em Portugal |
OBS. Estou sempre
falando em FILHA, porque é o nosso caso, ambas temos meninas, no
entanto tudo aqui vale também para os MENINOS.
Então, qual a idade
adequada para ensinar responsabilidade aos pequenos? Desde sempre...
terminou de brincar, sempre tem que guardar os brinquedos. “Mas ele
só tem 1 aninho... é tão pequeno...”
Você se lembra como
foi que criou o hábito de tomar banho todos os dias? Não, né!
Assim ele se sentirá com relação à organização dos brinquedos.
Você toma banho por obrigação, ou por gostar da sensação de
estar limpa? Assim também será com ele, que com o tempo gostará da
sensação de estar em um ambiente organizado.
Cuidado com trocas
artificiais, por exemplo: “Se você for tomar banho, te dou um
sorvete.” Os comportamentos devem ter suas consequências naturais
e que acompanhem a pessoa ao longo da vida. Ou você quer que sua
nora tenha que oferecer um sorvete ao seu filho para que ela tenha um
marido “limpinho” (risos)????
Nos comportamentais
chamamos essas trocas artificiais de reforçamento arbitrário, posteriormente pretendo
escrever sobre isso aqui também, para que entendam melhor. Mas por
hoje a mensagem é: seja VOCÊ o que você deseja que seu filho seja.
Quer ter um pequeno leitor, então leia com ele, quer que ele coma
verduras, então coma com ele, quer que ele seja organizado, então
arrume com ele, não quer que ele bata nos amiguinhos, então não
bata nele... (outro tema para, outro texto ;-) )
Cristine Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário