quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Nem castigo, nem recompensa. Consequência!

Como moramos só nós duas em casa e não tenho empregada, enquanto faço as tarefas domésticas, deixo minha filha brincar livremente. E ela não só se diverte muito, como observo o quanto essas brincadeiras solitárias contribuem para o desenvolvimento da imaginação e criatividade dela.

Recentemente ela descobriu um baldinho de massinhas que ganhou em alguma data comemorativa que nem lembro. Estava guardada, pois entregava aos poucos, para não gastar todas e também para diminuir a sujeira que euzinha aqui é quem tem que limpar. Mas como ela está mais crescida e já estava perto do carnaval e sabia que iria vir uma folga, entreguei todas.

Resultado1: ela misturou todas as cores e deu aquela massinha "cor de cocô", acho que vocês sabem do que estou falando. E brincando no chão acabou ficando aquele grude. Grude em todos os formatos: borboleta, flor, passarinho, etc. Oh! Céus...

Na hora que fui limpar disse que ela iria me ajudar e a parte de esfregar para desgrudar seria responsabilidade dela. (Para que pensou: "tadinha..." sugiro a leitura do post "Ouwnnn... o 'bichinho'") E assim fiz. Varri, espalhei o detergente, (menos tóxico que os outros produtos de limpeza mais pesada) entreguei a esponja molhada e parti para limpar o restante da casa enquanto ela esfregava o chão.

Imagem real da minha pequena
Enquanto limpava, pensava neste post. Não estava punindo, nem dando uma nova brincadeira, estava apresentando a consequência da brincadeira dela. Vai caber a ela, depois da experiência, saber se o prazer de brincar de massinha será diminuído frente à necessidade de ter que limpar tudo depois, ou se limpar é uma segunda brincadeira, depois da primeira.

Resultado2: Ela limpou bem direitinho. Muito bem mesmo. Não esperava uma limpeza de qualidade, tinha apenas a ideia de uma lição de consequência, mas descobri que ela é capaz de limpar bem. (Lembrei do post "Não subestime")
Quando cheguei na parte da casa em que ela estava limpando, disse:
- Pronto. Já pode parar que agora vou passar o pano onde você já limpou.
E a resposta dela foi:
- Espera mãe... ainda não terminei. Ainda falta ali. Eu queria ter limpado todos os quadrados.

Muitas vezes as mães (e pais) impõe um castigo, pois acreditam que uma punição é a melhor forma de eliminar algum comportamento inadequado da criança, mas além de não ser a melhor estratégia (Ver posts "A Palmada", "Reconhecimento é bom e todo mundo gosta") ainda tem a questão de que a mesma coisa pode ser uma punição, ou uma recompensa, variando de pessoa para pessoa.

Ou seja, se a minha ideia fosse "castigar" minha filha fazendo com que ela fizesse a limpeza com a ideia de que ela "nunca mais" (doce ilusão acreditar que um só evento elimina um comportamento inadequado) iria fazer sujeira com massinha, estaria frustradíssima, pois não só a brincadeira de massinha vai permanecer, como pode aumentar de frequência. 

Sendo assim, melhor que uma punição aleatória (ficar sem tv, ter as massinhas confiscadas, etc.) apresentar a consequência da ação é a melhor forma de educar. Assim, quando ela estiver mais velha, poderá ser mais consciente das escolhas que fizer, pois saberá que independente do que escolher, SEMPRE haverá consequências.

Cristine Cabral

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