domingo, 10 de maio de 2015

As Relações Familiares e a Formação do Sujeito Emocional

Atualmente estou fazendo a pós-graduação em Psicopedagogia. E esta semana precisei redigir um texto como uma das avaliações de disciplina.

Achei o assunto tão relevante que resolvi compartilhar com vocês o texto enviado:

Aluna: Cristine Costa Cabral
Atividade Avaliativa 1
Módulo: Família: Relações, Vínculos e Aprendizagem

As Relações Familiares e a Formação do Sujeito Emocional

Este módulo trata da importância da família como base estrutural para as demais relações sociais, emocionais e de aprendizagem que acompanharão o sujeito ao longo de sua vida, nas demais instituições fora da família, como escola, trabalho, etc. Estudou-se as questões das particularidades que envolve cada família, tendo hoje em dia não mais a família nuclear patriarcal como único modelo. E como esta, no papel de primeira ensinante, é fator implicador do desenvolvimento da aprendizagem na escola.
“Criança não faz o que a gente diz, criança faz o que a gente faz.” Esta frase é uma constante nos meus diálogos. Seja numa roda de amigos (que sejam ou não pais), seja em atendimento clínico, seja em palestras ou cursos. Foi a forma mais sintética que encontrei para ressaltar a importância que os pais (e demais adultos que convivem com as crianças) têm na educação e desenvolvimento infantil.
Essa questão vai desde as questões mais simples como incentivar a criança a comer de forma mais saudável, o que se torna praticamente inviável quando os pais não possuem hábitos alimentares adequados. Até as questões mais básicas da educação social, como o uso das “palavrinhas mágicas”. Como uma criança aprenderá a pedir por favor, se em casa ninguém pede nada usando esta palavra, seja de mãe pra filho, seja de pai para mãe?
A escola sofre com a falta de educação básica. O que antes as crianças aprendiam em casa (regras de comportamento social, regras de etiqueta básica, etc.), hoje em dia esta demanda está sendo destinada à escola. As causas deste evento são tão diversificadas quanto os modelos de família da atualidade. Seja por que, nos primeiros anos de vida, a criança ficou aos cuidados de uma babá que praticamente não falava com a criança, deixando-a a maior parte do tempo em frente à televisão, seja por que a mesma ficou sob os cuidados de avós condescendentes, que ao menor gemido da criança já corriam para prover qualquer coisa que esta pudesse vir a desejar.
Este tipo de educação já vem sendo denominada por alguns estudiosos como “Crianças Terceirizadas”. Ou seja, com a enorme demanda de tempo destinado ao trabalho, os pais cada vez mais estão menos tempo presentes e vêm terceirizando a educação, contratando babás, professores particulares, psicólogos, escola de tempo integral, cursos de línguas, escolinhas de esporte, etc. E o mais básico da estrutura humana está sendo colocado em segundo plano: o afeto, a atenção, o carinho, a dedicação, a educação de valores, a imposição de limites...
Como conclusão o que posso colocar é que a parceria entre a escola e a família é essencial. Ambas têm papel fundamental na formação do cidadão, porém se esta não oferece modelos adequados de comportamento, de valores, de limites, pouco aquela pode fazer.
A curto prazo o problema não parece ser tão grave... alguns dias de suspensão, ou mudar constantemente de escola, ou colocar numa escola pública como punição ou como uma forma dos pais dissessem “lavo minhas mãos, não gastarei mais meu dinheiro com a sua educação, se você não quer ser educado”. Porém a médio e longo prazo as consequências são gravíssimas: mais e mais professores sendo agredidos (verbal e fisicamente) e adoecidos, incapacidade dos jovens de gerar vínculos sociais adequados e consequentemente mais sofrimento emocional, mais agressividade, mais depressão, risco social do desenvolvimento de conflitos com a lei, visto que se a autoridade dos pais e professores não é reconhecida, existe a probabilidade de que a autoridade legal e jurídica também não seja, dentre outras consequências de maior ou menor gravidade.

A educação de cada criança não é uma questão só da família, ou só da escola, é uma questão de todos, é uma questão social. Quando estivermos na terceira idade, é nas mãos destas crianças que nós e toda a sociedade estaremos.

Deixem nos comentários que nota dariam heheheh. Vamos ver se os meus professores concordam com vocês.