sexta-feira, 5 de abril de 2013

Motivação x Volição na Aprendizagem Escolar


Dons e talentos, como os frutos de uma árvore, só se tornam visíveis quando estimulados sob " condições necessárias e suficientes" ( Teo, 1997). Esta frase, é a base do post de hoje, com isso quero abordar um tema interessante que conheci logo no início do mestrado em Psicologia Educacional que se chama "volição" na aprendizagem escolar. Atualmente um dos maiores esforços desenvolvidos nos vários estudos deste tema tem a intenção de aumentar o grau de realização dos alunos e assim atingir o sucesso escolar tão esperado e desejado pelos pais

Nesse sentido, os professores tem um papel importante, pois influenciam desde os primeiros anos, os alunos para o desenvolvimento e ajudam a comprometerem-se nas tarefas dentro e fora da sala de aula.

De fato os estudantes munidos de estratégias volicionais, participam activamente no seu processo de aprendizagem, seleccionam métodos apropriados e retém esse material à medida que avançam. O cultivo destas habilidades e confiança para enfrentar os desafios escolares e mais tarde a responsabilidade da vida ativa inicia com a interacção, suporte e instrução da auto-regulação que percepcionaram anteriormente. Para atingir esse fim, os alunos precisam de adquirir auto-disciplina nas tarefas escolares. Daí a importância da "parceria" pais, professores e escola. Uma atitude positiva dos pais diante da escola contribui para que os filhos valorizem a mesma.

Continuando na vertente educacional, a volição é tida como o sistema psicológico de controle que protege a concentração e a atenção na tarefa. Direcciona o esforço face às distrações ambientais e pessoais, ajudando assim na aprendizagem e desempenho.

A psicologia actual enquadra a volição como uma das componentes das teorias da auto-regulação.Sendo assim volição é uma das fases da teoria triádica identificando-se com a vertente mais comportamental e completando o vazio entre os pensamentos e as acções. Sendo esta a força motriz, o atributo que inicia e mantém a acção com a concretização de um objetivo.

É frequente a confusão entre volição e motivação, contudo são dois conceitos que são facilmente distintos não obstante a sua interligação. Isto é a volição compreende no atingir de metas, enquanto que a motivação está mais relacionada com a definição das mesmas ou a intenção de fazer algo. Isto significa que a motivação isolada não basta para alcançar objectivos, o sucesso requer um esforço persistente, estratégias adequadas e um estado emocional congruente. É esta combinação de factores, que se apresenta no conceito volicional, que faz com que a volição em conjunto com a motivação seja essencial para atingir as metas. 

Dessa maneira o processo volicional consiste na recepção de informação, relacionando as experiências passadas com o presente. O estímulo que desencadeia a acção é o desejo da pessoa, este é seguido por um fenómeno de escolha em direcção ao objectivo. Posteriormente e mediante as estratégias estabelecidas é executada a própria acção. O processo termina com a avaliação da acção.

É frequente no contexto escolar alunos e professores deparam-se com inúmeras situações de aprendizagem que necessitam do controle volicional. E.x.:

  • Quando é exigido aos alunos para acabar uma tarefa atribuída, logo estes não são livres de escolher outra acção;
  • Existe barulho suficiente na sala de aula para distrair os alunos da tarefa que eles se comprometeram;
  • Outros interesses e metas subjetivas competem com a intenção de trabalhar ou aprender, dividindo assim a atenção dos alunos; (muito comum).
  • Os alunos desenvolvem ansiedade que interfere com o desejo de agir. Os alunos então poderão ser ajudados por um aumento de auto consciência que sugere a necessidades de controle volicional. 
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Muitos alunos têm dificuldades com os trabalhos ao longo da escolaridade, embora alguns fazem-no naturalmente mas outros esforçam-se para os iniciar e manterem-se atentos. São muitas vezes distraídos por barulhos na sala de aula, ou atividades mais apetecíveis. Estratégias volicionais, nestas condições podem servir de impulsionadores para que consigam manter o objectivo, já vários estudos o demonstraram. Estes pensamentos e acções equipam os alunos com técnicas neutralizantes a emoções negativas ou intrusões. 

"Aprender não é algo que acontece ao aluno é algo que acontece pelo aluno”. Zimmerman (2001)

A chave do sucesso, é sem dúvida o esforço e a determinação!

Bons estudos e bom fim de semana!

Saudações de terras lusas.

Taciana Ferreira

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