sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Príncipes e Princesas! Mas o que é mesmo ser um príncipe ou uma princesa???



O post de hoje resolvi fazer diferente. É um texto que escrevi para meu filho recentemente, explicando a ele o porquê de chamá-lo de príncipe. Depois de pronto, considerei uma boa alternativa para partilhar com vocês. É um texto destinado ao Nicolas mas que pode ser muito bem aproveitado por todos! Ele segue abaixo.
Nicolas, hoje a mamãe recebeu um lindo conjunto de macacão que comprou pela internet. Na realidade foram dois conjuntos, mas um deles é mais especial porque eu o escolhi para ser a primeira roupa que você vai usar ao nascer.
Ele é lindo! Branquinho com detalhes em azul e de ursinho. O macacão vem com um agasalho por cima que tem um ursinho com uma linda coroa e no detalhe da perna diz em francês: Eu sou um príncipe!


Isso me fez pensar que muitas mães e pais chamam seus filhos e filhas de príncipes e princesas. Acredito que várias devem ser as razões para isso... como, por exemplo, que toda família é um reino, com o rei e a rainha e que seus filhos são seus príncipes ou a princesas. Outra razão que me parece ser bem comum é considerar o filho ou a filha de uma beleza dignas da realeza segundo o senso comum.
E porque tanta importância, ou questionamentos acerca do que levam os pais a chamarem seus filhos(as) de príncipes (ou princesas)? É algo tão natural, tão comum afinal de contas. Contudo, para mim as palavras e o porque de dizê-las, seu significados e significantes, tem sim muita importância, afinal elas nos constroem em grande medida.


Essas reflexões levaram-me então a pensar nos meus motivos e os de seu pai Nicolas, para chamá-lo de príncipe. Então, filho, aqui vai uma breve explicação do porque para nós você é um príncipe.
Nós acreditamos que um príncipe muito acima de ser belo, deve ser um ser humano bom , que preza pelo bem comum em suas ações, que preocupa-se com o bem estar do outro tanto quanto o seu próprio bem estar. É aquele que não faz ao outro o que não quer que o outro lhe faça. É uma pessoa que possuí respeito e cuidado para com os mais velhos. É um homem educado e gentil para com todos, e que sabe que o mais importante não está na superfície, na aparência das pessoas, mas sim dentro delas, em sua alma e seu caráter. Um príncipe entende que esses valores são muito importantes do que beleza, classe social, cor ou religião.
Um príncipe, para nós seus pais, é um ser humano que busca sempre a justiça, que procura ser honesto e justo em tudo aquilo que faz, simplesmente porque acredita que é o correto a se fazer. Um príncipe não mente! Nem para si mesmo ou para qualquer outro, porque a mentira não pode trazer nada de bom nem justo.
Ele trata as mulheres com gentileza, respeito e amabilidade, porque assim merecem ser tratadas as damas, as princesas e as rainhas que partilham dos mesmos valores de um príncipe como você.
Ao escolher uma mulher para dedicar seu amor a ela,  a respeita, cuida dela, como uma joia rara que foi presente de Deus. Mas, a escolha muito bem! Pois, nem todos são educados para serem verdadeiros príncipes ou princesas. Acredito que eu e seu pai lhe educaremos para que você saiba distinguir as verdadeiras princesas das falsas.
Então, Nicolas, por tudo isso que lhe dissemos você é um príncipe! Porque você será educado para ser um homem que preza pela justiça, que pratica a bondade, que busca em suas ações o que é correto e bom para todos além de si mesmo. Será educado para respeitar e ser gentil com os mais velhos, e com todos. Independente de qualquer critério superficial, porque você aprenderá que o mais importante são os valores que as pessoas carregam dentro de si e que constituem o seu caráter. Você é um príncipe porque será um homem cheio de sabedoria e inteligência e saberá usá-las em seu cotidiano e não apenas em questões teóricas.
Eu e seu pai nos esforçamos para praticar esses valores todos os dias. É verdade que nem sempre conseguimos, pois somos seres humanos falhos, com defeitos, mas sempre nos esforçamos para conseguir ser como um rei e uma rainha devem ser. Esforçar-se para fazer o certo é sempre o mais importante!
Nunca acredite se lhe disserem o contrário! Eu e seu pai somos muito felizes e você é fruto desse amor muito feliz que vivemos nesses mais de 14 anos juntos. Acredite em nós! Príncipe!
Vanessa Nascimento

sábado, 12 de outubro de 2013

A dificuldade em se fazer um enxoval neutro

                 Desde muito antes de engravidar sempre tive em mente o quanto o mundo dos bebês nos solicita a consumir, e muitas vezes sem necessidade alguma. É claro que a criança precisa de vários itens, mas muitos dos itens que compõem aquelas listas de enxoval que nos são entregue nas lojas, são supérfluos e desnecessários se analisarmos com um pouco mais de cuidado.
Não obstante, minha maior dificuldade não é em relação a que itens são realmente ou não necessários, mas está em relação a se fazer um enxoval neutro. Lembro muito bem que na época da minha mãe e das minhas tias elas não sabiam o sexo dos seus bebês até o nascimento. Faziam os enxovais neutros, que tanto serviriam a um menino ou uma menina, e ainda poderia ser repassado para o próximo herdeiro.
A sociedade de consumo nos estimula e insita a consumir constantemente, e, muitas vezes, nem conseguimos pensar sobre o que estamos fazendo. Apenas reproduzimos um comportamento já institucionalizado na sociedade. Repetimos frases como: “Todo mundo faz.” ou “As coisas são assim mesmo” entre outras.
Antes de ficar grávida sempre pensei em fazer um enxoval neutro, afinal são muitos os itens de gastos com uma criança e eu e meu marido priorizamos bens duráveis, tal como a educação e investimento em cultura, por exemplo. Também sempre pensamos em termos mais de um filho, e gastar uma fortuna para cada filho, personalizando tudo relacionado ao sexo de cada um não estava em nossos planos.
Ao ficar grávida me deparei com uma novidade os enxovais neutros estão em extinção. Tudo é muito dividido entre rosa e azul. Principalmente os itens mais caros, como carrinhos, bebê conforto, os bendito kit berços, etc. como também itens mais simples como as roupinhas, brinquedinhos... Ainda que você encontre uma roupa linda em amarelo, laranja, verde ou vermelho, elas vem com detalhes do mundo masculino ou feminino, que deixam claro para quem se destinam. Assim, você pode até comprar uma banheira laranja, mas ela virá com florzinhas, borboletinhas e laçinhos que deixam claro a referência ao mundo feminino.
Estou grávida de pouco mais de 5 meses e desde o início senti essa dificuldade. Ao ir às lojas nos primeiros meses e pesquisar itens grandes como berço, cômoda, carrinho, banheira, etc. a primeira pergunta que as vendedoras me faziam era “É menino ou menina?”. Na hora me subia uma raiva. Eu sempre respondia quero neutro, para aproveitar para o próximo filho. E então, a vendedora me olhava com uma cara estranha como se eu estivesse falando alguma bobagem.
Continuando minhas andanças e pesquisas, pelo mundo das compras de bebê, percebi que essa não era uma posição só das vendedoras, mas também dos fabricantes. Recentemente descobri até que algumas marcas só produzem produtos rosas e azuis. Mas, fala sério, num universo de cores tão lindas e variáveis, porque temos que nos restringir a essas duas cores? Quem foi mesmo que escolheu o rosa para as mulheres e o azul para os homens?
Alguém pode dizer, mas você como psicóloga não deveria ter problema em comprar coisas rosas para meninos e azuis para meninas. Poderia te responder que eu não tenho, até porque quando crescemos usamos roupas de todas as cores, podemos exercer qualquer profissão... apesar de ainda termos muitos problemas sobre o que cabe ao homem e ao mulher profissionalmente. Todavia, não vou criar meu filho numa bolha ou rodeado apenas por pessoas digamos... de mente mais aberta. Tenho certeza de que se colocasse meu filho todo numa roupa rosa, numa banheira rosa, num quarto rosa, as pessoas estranhariam e muito. Afinal, é natural que esperemos esse tipo de comportamento.
Estamos numa sociedade heterodeterminada. Ou seja, que define bem os mundos entre o que é dos homens e das mulheres, o que cabe a um sexo e ao outro. E as roupas e decorações de bebê são apenas o início disso.

Você pode ir contra isso, mas pagará o preço por ser diferente. Pagarei e ajudarei meu filho ou filha a pagar quando ele se interessar, por exemplo, por poesia, por brincar de família e não com monstros destruidores. E se um dia tiver uma menina, se ela quiser ir para o kart com o pai, quiser brincar de super heróis, etc. também vou ajudá-la a pagar o preço de ser diferente. Mas, por agora, enquanto bebê, não quero criar tantas polêmicas, só algumas....
Sempre me perguntei por que tanto rosa e azul, e hoje vejo que nós pais temos poucas opções realmente, pois os fabricantes muitas vezes não nos dão essa opção. O interessante numa sociedade capitalista é que a cada filho você compre tudo novo de novo. E resistir a essa tendência é extremamente estressante, desgastante, porque você realmente está nadando contra a maré. Você tem que pesquisar mais, procurar mais lojas, mais opções, e tudo isso num momento que você não dispõe de 100% da sua bateria de energia.
Outra dificuldade que percebi é que alguns itens como os benditos kit berços quando são de temas ou cores neutras tendem a ser mais caros, do que aqueles que já deixam bem claro se naquele berço dormirá um garoto ou uma garota. Se você quiser um kit berço diferente então... pode se desdobrar para procurar e pagar. Já que os mais em conta são os de temas já bem conhecidos no mundo dos bebês e nas cores tradicionais. Os personalizados saem do modo como você quer, mas talvez não no item bolso....
Enfim... no próximo post contarei um pouco da saga sobre a compra do meu kit berço. Mas, já confesso que tentar não sucumbir às tentações do consumismo é uma tarefa bem difícil, afinal você quer tudo do melhor e mais lindo para o seu pequeno. Porém, temos que ter em nossas mentes que o melhor e mais lindo para o nosso filho sempre será o tempo, o amor e o cuidado que dedicamos a ele.

Abraços do centro oeste,
Vanessa Nascimento

terça-feira, 1 de outubro de 2013

5? 8? 12 Filhos? Como essas mães conseguiam?

Família Andrade da Cidade de Bom Repouso Minas Gerais
Crédito da foto: http://viverembomrepouso.blogspot.com.br/
Não precisa ser a pessoa mais bem informada para saber que a taxa de natalidade vem diminuindo ao longo dos anos. E as mães de hoje frequentemente se perguntam: "Como alguém conseguia dar conta de 10 crianças se para dar conta de 2 fico exausta?"

As crianças são crianças independente da cultura ou da época, mas o ambiente no qual estão inseridas é que molda o comportamento destas e de suas mães.

Antigamente quando uma mulher se descobria grávida do seu 1° filho seu enxoval se resumia à algumas dúzias de fraldas de pano, alguns cueiros e roupinhas normalmente confeccionadas e bordadas por ela mesma ao por uma das avós. Como o 2° não demorava muito então não havia necessidade de refazer tudo, no máximo substituir as peças mais gastas. 

Também não passavam muito tempo se preocupando com todas as coisas que hoje em dia fazem parte da nossa rotina. Não havia a necessidade de calcular se a cada refeição as crianças estavam consumindo a quantidade adequada de nutrientes, se a proporção de carboidratos e proteínas estavam corretas. Bastava saber que as crianças não estavam com fome.

Quanto ao consumo de frutas, para que estimular, se isso já era parte da diversão? Subir nas árvores frutíferas e consumir direto do pé. As bactérias não eram um problema, bastava passar a mão, ou na roupa, ou no máximo uma lavada rápida na água da torneira.

Conservantes e corantes? Absolutamente inúteis, visto que todas as guloseimas eram preparadas em casa. Bolos, compotas, doces e biscoitos acabavam na mesma hora e a cor não importava, já que se sabia que estaria gostoso.

Pisada correta? Cava do pé? Se o menino não mancava é por que estava normal. Curva de crescimento? Bastava saber que as roupas e calçados não serviam mais... sinal que cresceu e engordou.

Gastar dinheiro com brinquedos. Bastava ensinar as meninas a fazerem bonecas de pano, ou de sabugo de milho, os meninos a fazerem carrinhos, de rolimã ou não, cavalinhos de cabo de vassouras. E só se davam o trabalho de ensinar os mais velhos se não tivesse nenhum primo mais crescido para essa função. Fora as brincadeiras inventadas. Não havia criança "hiperativa", pois por mais agitada que fosse havia espaço de sobra para gastar todas as energias correndo, subindo em árvores, tomando banho em rios, açudes, ou no mar.

E a proporção que as crianças iam crescendo isto significava ajuda nas tarefas. Seja no trabalho pesado no caso das mais pobres, ou no trabalho doméstico para as meninas com algum poder aquisitivo, enquanto para os meninos era a aprendizagem de um ofício. A filha de 15 anos cuidava da irmãzinha de 2 anos. O filho de 18 anos já ajudava financeiramente nas contas da casa.

Preocupação com o futuro também não era uma constante. Não havia tempo, pois estavam ocupadas em educar seus filhos, transmitindo os valores adequados, dentre os quais o respeito aos mais velhos. E quando estes filhos cresciam sabiam retribuir o amor, o trabalho e o dinheiro gasto com eles e cuidavam de seus pais na velhice. Lembrando que a expectativa de vida era significativamente bem menor que a de hoje.

As mães mais antenadas e bem informadas podem estar pensado: "Ainda bem que meus filhos não nasceram nessa época.", "Ou não é a toa que a taxa de mortalidade infantil era também bem maior". As mães mais desencanadas, despreocupadas podem estar pensando "Isso sim é que era infância! Pobre das crianças de hoje que vivem presas em suas casas."

Procurei ser o mais imparcial possível, pois meu objetivo não é dar qualquer juízo de valor, nem para a maternidade do século passado, nem para a nossa contemporânea. Só que responder o mais objetivamente como era possível.

Agora o que ficou na minha cabeça é se essas mães do passado tinham esse sentimento de culpa que muitas carregam hoje em dia. Eu não cheguei a conhecer nenhuma das minhas avós, ambas já haviam morrido quando eu nasci. Mas se você tem uma avó, ou bisavó que teve muitos filhos pode perguntar isso a ela. E se puder voltar e me dizer o que ela respondeu, agradeceria muito.

Não existe jeito certo (embora exista sim o jeito errado) de ser mãe. Mãe é mãe e ponto final. 

Cristine Cabral

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PsicoMães Apresenta: Vanessa Nascimento

Há algum tempo acompanho o psicomães da Cristine e da Taciana. Fiquei muito feliz com o convite que recebi para participar desse espaço. Assim como as meninas, também sou psicóloga. Trabalhei por quase 10 anos na área organizacional, onde vivi experiências que não só me fizeram crescer profissionalmente, mas principalmente como ser humano.
Recentemente concluí o mestrado em psicologia, com enfoque em psicologia social do trabalho. O universo do trabalho sempre me encantou e há alguns anos encontrei o melhor caminho para me satisfazer profissionalmente através do mestrado e do ensino da psicologia.
Considero-me fortalezense. Nasci em São Paulo capital, mas raramente lembro-me disso, só mesmo quando estou preenchendo formulários importantes que perguntam minha naturalidade e ainda paro para pensar. Vivi até os 10 anos em São Paulo. E até os 30 em Fortaleza. Acompanhando o marido concurseiro e agora concursado mudei-me para o centro–oeste do Brasil. Primeiro passamos um ano e meio em Cuiabá, no qual devido ao mestrado em Fortaleza, tive que me dividir entre Fortaleza e Cuiabá por um ano. Há uns 9 meses nos mudamos novamente. Ele passou em outro concurso, melhor que o anterior e então nos mudamos agora para uma cidade no interior de Goiás, chamada Jataí. Ela fica no sudoeste do estado, já no finzinho mesmo, perto do Mato Grosso do Sul.
Há pouco mais de três anos encerrei minha carreira na área organizacional para me dedicar ao mestrado e a vida acadêmica. O que em muito contribuiu para acompanhar o marido concurseiro/concursado. Ao mesmo tempo em que me dediquei ao que mais gosto de fazer estudar, aprender coisas novas.
Como psicóloga já estudei da psicanálise à análise comportamental. Passei anos estudando essa última. Contudo, chegou um momento em que tal abordagem não satisfazia mais as minhas questões, não me dava mais as respostas que eu procurava além de não ser mais compatível com minha visão de mundo. Ainda tenho profundo respeito pela AC, e consigo entender boa parte de uma conversa entre psicólogos ACs, como é o caso da minha amiga Cristine.
Hoje sou mais psicóloga social do que qualquer outra coisa, com inspirações na psicanálise e em Vygotsky, a quem ainda conheço muito pouco ainda, mais tenho me esforçado por conhecer mais.
No entanto, o trabalho ao qual me dedico há pouco mais de 4 meses com quase que total exclusividade é gerar uma nova vida. Isso mesmo, estou gestante. E é o melhor trabalho do mundo.
Considerando trabalho como aquilo que você faz, uma atividade que você realiza e que dá um sentido, um significado a sua vida, que lhe diferencia das outras pessoas, aquilo pelo qual você se nomeia, se coloca no mundo. Posso dizer que seguramente meu trabalho nos últimos 4 meses tem sido gestar o Nicolas.
Recebi um convite para ensinar numa faculdade numa cidade vizinha a minha, pouco antes de engravidar, seria para começar no segundo semestre de 2013. Contudo, no meio do mês de junho descobri a gravidez e declinei do convite. Teria que viajar 110km por dia, logo no início da gestação. E essa foi uma das minhas primeiras decisões de mãe.
Logo que recebi o exame positivo uma sensação de que meu corpo não era só meu e de incerteza tomou conta de mim. Incerteza do que viria pela frente, um mundo novo totalmente desconhecido. Mundo no qual eu queria imensamente entrar. Então, pensando que eu não tinha ideia do que viria pela frente tomei a decisão de declinar do convite de trabalho e passar esses 9 meses gestando.
Minha gravidez foi muito planejada e desejada e por isso também não estar trabalhando remuneradamente nesse momento não é um problema, pois essa possibilidade foi calculada. Embora eu esperasse ter engravidado no meio do segundo semestre e não logo na primeira tentativa. Mas, foi um presente maravilhoso ser agraciada logo de primeira com o exame positivo.
Também não seria justo com a instituição que me contratava começar um trabalho num momento que minha única certeza é de que eu não poderia assegurar nada sobre mim, pois eu não tinha nenhuma garantia sobre mim, sobre meu corpo como tudo aconteceria na gestação. O que eu sabia é que eu dividia o meu corpo com outro ser humano, que é metade meu e metade do meu marido, e que eu faria e faço qualquer coisa para assegurar seu melhor desenvolvimento.
De modo que, costumo me intitular, atualmente, como profissional gestante e eterna estudante. Agora, colaboradora do psicomães. Onde pretendo dividir minhas experiências desse “trabalho” de gestar e ir se tornando mãe.
Acredito que às vezes estarei aqui como psicóloga social, às vezes como mãe, e às vezes tudo junto e misturado. Espero aprender muito nas trocas que acontecerão entre nós e também contribuir um pouco com a vida daqueles que me lerem.
Até a próxima postagem!
Abraços do centro-oeste brasileiro!


Vanessa Nascimento

terça-feira, 17 de setembro de 2013

PsicoMães Celebra: Nosso 1° Aniversário!!!!

Esta semana estamos comemorando um ano de existência.

Um bate-papo de amigas que têm muito em comum, mas muitas diferenças que acabou gerando um resultado maior do que as nossas expectativas.

Quando começamos imaginávamos que seríamos lidas por algumas amigas e conhecidas, por aqui em Fortaleza ou, no máximo, por algumas pessoas em Portugal e só. Mas com o passar do tempo as estatísticas nos surpreenderam, ao longo deste 1 ano:
Nunca pensei em alcançar um público tão distante.

É muito gratificante ler os comentários, ouvir elogios e quando alguém nos busca como fonte de orientação. Mas estamos sempre abertas à críticas e sugestões. Por isso não tenham receio de deixar seu recado, crítica, pergunta, ou sugestão.

E para completar ainda recebemos dois lindos presentes.

O primeiro foi a arte que uma grande amiga minha, do tempo de escola, fez especialmente para nosso blog. Uma verdadeira artista a quem, desde aqueles tempos, admiro muito o talento.

Ana Cecília Andrade (http://ceciliaandrade.blogspot.com.br/) dos deu esta fofurinha:
E ainda fez um estudo que foi muito além do que nós mesmas havíamos concebido:

"Fiz um estudo pra Psicomães...veja o que acha...como é um blog que ajuda em assuntos sobre a maternidade, usei a matrioska para lembrar que ninguém é mãe sozinha...toda mãe sai de outra mãe, que pode ser sua mãe mesmo, suas amigas, irmãs e até de figuras masculinas sensíveis que já tenham experimentado criar um filho. Só que aqui a abertura não está na barriga, mas na cabeça da boneca, um convite para a troca de idéias. Pra vocês psicólogas que estão prenhes de conhecimento e informações que vão ajudar as outras mães. Bjo"

Amei!!!! Perfeita a análise. Concordam comigo? *-*

Nosso outro presente é mais uma PsicoMãe. Agora seremos 3 amigas, psicólogas, mães e que moram distantes uma das outra.

Em maio fiz uma postagem Para Vanessa com Carinho homenageando a minha amiga que fazia aniversário e naquele dia e incluí um convite, mas não imaginava que seria aceito tão rápido. Vanessa Nascimento seja muito bem-vinda! Em breve ela fará sua primeira postagem para vocês conhecerem-na.

No mais só gostaria de agradecer a vocês que sempre estão por aqui e também a quem só aparece de vez
em quando. Cada post é feito com muito carinho. Voltem sempre, compartilhem, divulguem. Quanto mais dúvidas aparecem, mais assuntos temos para abordar. Ser mãe é um infinito de dúvidas e uma imensidão de alergias.

Parabéns para nós!!! \o/ \o/ \o/

Cristine Cabral




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Atacaram" a minha filha na Escola


Vou começar o post de hoje com o diálogo que tive com Cristine sobre o que aconteceu com a minha filha na escola. Nos mudamos para cá no meio deste ano e desde agosto que ela começou a frequentar esta nova Escola.

8:31 
Taci: A Eduarda ontem chegou machucada da escola...
Contou que todos bateram nela. Até dormi mal...

Cris: E a professora o que disse?

Taci: Conversei com ela. Ela me disse que a professora protegeu ela e que deixou os amigos de castigo.
Ai foi aquela conversa noturna... Pedi para ela me contar caso acontecesse de novo ...
Expliquei que no início quando a gente não conhece os amigos acontece essas coisas ... Que aos poucos eles vão perceber que ela eh amiga.
Pq ela tava começando a dizer q não queria ir p escola que em Portugal era melhor e não era assim.

Cris: E ela disse o pq?

Taci: Ela disse que eles não querem ser amigos dela  (tem um líder.)
Acho que é disputa porque a duda lá (Na escola em Portugal) era o centro das atenções.

Cris: Hum...

Taci: Ela fala de um menino. Esse quem manda. (risos) 

Cris: E como ela entrou no meio do ano... a integração fica mais lenta.

Taci: Ela disse que ele falou AAATACARRRRR!!!! E começaram a bater nela, chutes, murros... Afeee

Cris: Ouw meu Deus.

Taci: Tadinha Cris, ela só contou porque na hora de dormir o pé estava doendo.

Cris: As meninas também?

Taci: Sim, disse que algumas mas também falou que tem um lá que protege ela. (risos)

Cris: Que bom que tem alguém.

Taci: Ai fui passar pomada nas ronchas. Enfim, tentando não passar meu desgosto...
A parte boa é que hoje ela acordou super bem. 

Cris: Teve um novato q passou por isso na sala da Nadine, mas no caso dele, é que era mais calmo e não acompanhava os outros meninos.

Taci: Ela hoje encontrou uma forma de chamar atenção levou para a escola uma máscara de princesa. Foi logo chamando atenção de todos (risos). Ai entrou na sala de peito cheio. 

Cris: Guerreirinha.
Taci: Srsrs ufa... Uma estratégia que ela encontrou para ser o centro das atenções.

Cris: Hehehehehe

Taci: Exato. Fiquei mais tranquila.

Cris: Que bom.

Taci: Mas falei com a professora que não tinha dado muita importância para não virar drama, mas pedi para ficarem atentas, claro.

Cris: Exercício pra vida.

Taci: Cris ela pediu p eu n contar a ninguém nem para a professora.(risos) Interessante não é? Então pedi para a professora não falar nada e assim a Duda não perde a confiança em mim.

Cris: Muitas mãe iriam fazer confusões, brigar com a tia ou com a mãe das outras crianças.

Taci: Pois é mas isso nem pensar! Seria ridículo me trocar com criança. 

Cris: Certamente...

Eu preferia não estar aqui para contar esse acontecimento mas achei que poderia ser importante partilhar a minha experiência com outras mães. Esta não será a primeira nem a última vez que temos estes acontecimentos em escolas. E agressão não se corrige com agressão, certo?
A sua atitude para com o seu filho é que vai fazer toda a diferença. 

Primeiro tentei entender o porque do "ATACAR" e como os adultos tinham reagido. Agiram corretamente protegeram-na e castigaram as crianças que bateram na Duda. Também expliquei a minha filha que ela ainda estava em fase de adaptação a nova escola e que com o tempo ela vai começar a fazer novos amigos, ma para isso ela precisa continuar a ser como ela é simpática, amiga e querida. Mas porque? Porque eu não queria que ela ficasse assustada com a escola ou com medo dos colegas de sala. Nem se sentisse "a coitadinha". Passei segurança ao dizer a ela que eu iria estar atenta e que caso acontecesse de novo ela tinha que me contar. 

Foi fácil? Não, definitivamente não, mas precisamos pensar muito bem em como agir antes de partir para à briga, pois à tendência é complicar ainda mais a situação. Ah e por favor não se troquem com crianças (risos) POR FAVOR! Permita o seu filho a adquirir essa competência, pois você não vai estar sempre ao lado dele para fazer esse tipo de coisa, correto?

De qualquer forma agora estou mais tranquila...Ser mãe é um desafio diário que nos torna mais fortes e realizadas. A reação de hoje da minha guerreirinha com a sua Máscara de Princesa mostrou-me o quanto ela é capaz de dar a volta por cima. E isso faz mais do que parte da vida...

Não a Violência, eu digo NÃO!

E vocês o que teriam feito?

Um bom fim de semana a todas(os)!

Taciana Ferreira















terça-feira, 10 de setembro de 2013

Que fazer?

Há pouco tempo assisti um vídeo na internet no qual um pastor evangélico justificava por que a esposa deve ser submissa ao marido. Segundo ele (que não guardei o nome), a esposa deve estar "sob a missão" do marido. Que antes da moça se casar, deve avaliar bem qual a missão dele, para saber se o candidato a marido é mesmo uma boa escolha.

Não pretendo debater conceitos religiosos, ou feministas. Só falei sobre o vídeo, por que este me fez pensar, não na missão de um possível candidato a marido, mas sim na MINHA missão.

Ser feliz? Mas já sou feliz! Pois concordo com o Einstein:
Trabalhar, cuidar da casa, ganhar mais dinheiro? Isso é obrigação, é necessidade que o sistema nos impõe. Cuidar e educar minha filha é prazer, já está incluído na felicidade.

Voltei ao resultado do meu teste das Âncoras de Carreira que descrevi na postagem "Mãe NÃO é tudo igual" para pensar um pouco mais sob outra ótica. Minhas duas principais âncoras são: "Dedicação a uma causa" e "Autonomia e Independência".

Bom, autonomia e independência, já adquiri alguma, não tanto quanto desejo, mas ainda não seria o foco mais importante. 

E qual é a causa a qual me dedico? Educação!!! Sim. Não só a educação da minha filha, ou a minha própria, mas a dos meus pequenos clientes, dos pais deles, algumas vezes, dos "clientes grandes", de algumas de vocês que eventualmente pedem ajuda, uma dica, ou orientação...

Então lembrei deste texto que usava em treinamentos na época em que trabalhava com Psicologia Organizacional:

"O Menino e o Bombeiro
A mãe ao lado da cama de seu filho de 6 anos, que estava doente de leucemia terminal. Como qualquer outra mãe, ela gostaria que ele crescesse realizasse seus sonhos. Junto dele pegou-lhe na mão e perguntou:
- Filho, o que gostaria de ser quando crescer?
- Mãe, eu sempre quis ser um bombeiro!
A mãe sorriu e disse:
- Vamos ver o que podemos fazer.
Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao Corpo de Bombeiros local e contou ao Chefe dos Bombeiros a situação do seu filho e perguntou se seria possível menino dar uma volta no carro dos bombeiros, a volta da cidade.
O Chefe dos bombeiros, comovido, disse:
- NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO!
Se você estiver com o seu filho pronto às sete horas da manhã, daqui a uma semana, nós fazemos o menino bombeiro honorário, por todo o dia. Ele pode vir para o quartel, comer conosco e sair para atender às chamadas de emergência. E se você nos der as medidas dele, nós conseguimos um uniforme completo.
Uma semana depois, o chefe dos bombeiros pegou no menino, vestiu-lhe o uniforme de bombeiro e levou-o do hospital até caminhão de bombeiros.
O menino ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi até o quartel. Parecia que estava no céu...
Ocorreram três chamadas e o menino acompanhou todas as três.
Em cada chamada, o menino foi em veículos diferentes: no auto-tanque, ambulância dos paramédicos e até no carro do comandante dos bombeiros.

Todo o amor e atenção que foram dispensados ao menino acabaram por dar mais força, a ponto de ele viver três meses a mais que o previsto.
Hospital da Criança: o pequeno Joel, que está internado com quadro de desnutrição, recebe o uniforme do Corpo de Bombeiros. Seu sonho é se tornar um bombeiro(Foto: Governo do Maranhão)
Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a mãe decidiu chamar ao hospital, toda família.
Então, ela lembrou-se da emoção que o menino tinha passado como um bombeiro, e pediu à enfermeira que ligasse para o chefe dos bombeiros, e perguntou se seria possível enviar um bombeiro para o hospital, naquele momento trágico, para ficar com o menino.
O chefe dos bombeiros respondeu:
- NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO!
Nós estaremos aí em cinco minutos. Mas faça-me um favor. Quando ouvir as sirenes e vir as luzes de nossos carros, avisem no sistema de som que não se trata de um incêndio apenas o corpo de bombeiros vindo visitar mais uma vez, um dos seus mais distintos integrantes. E também se poderia abrir a janela do quarto dele?
- Obrigado!
Cinco minutos depois, uma ambulância e um caminhão com escada chegaram ao hospital.
Estenderam a escada até o andar onde estava o menino, e 16 bombeiros subiram.
Com a permissão da mãe, eles o abraçaram, seguraram, disseram que o amavam.
Com a voz fraquinha, o menino olhou para o chefe perguntou:
- Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?
- Sim, um dos melhores - disse ele.
Com estas palavras, o menino sorriu e fechou seus olhos para sempre."
(Autor Desconhecido. Obs.: Se você ao ler essa história souber a fonte, por favor, nos informe para colocarmos nesse artigo os devidos créditos.)

Já li centenas de vezes e ainda me emociono. As vezes chego a chorar... mesmo conhecendo quase decorado. 

Por fim, encontrei onde e como eu poderia FAZER MAIS. Comecei a trabalhar numa escola infantil pública, como voluntária. Há algum tempo já vinha pensando nisso, mas depois de toda essa reflexão, coincidiu de numa conversa informal com a diretora da escola, consegui perceber as demandas e ver onde poderia atuar.

No primeiro dia de trabalho, já vi que vou ajudar bastante e que vou ganhar muito... em experiência, em conhecimento.

E você? Já pensou sobre a sua missão?

Cristine Cabral

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Será que ele é...?

Se você começou a perceber a que filho, ou filha de 6 anos de idade está demonstrando tendências homossexuais, está na hora de procurar um profissional de psicologia, o quanto antes... PARA VOCÊ!!!!

Se a criança tem menos de 10 anos e isto já é uma preocupação para os pais é melhor procurar ajuda profissional para tentar responder a você mesmo as seguintes questões:
- Por que estou achando que a a minha criança é homossexual?
- Como me sinto a respeito?
- E se for mesmo, o que pretende fazer?

Antes de continuar desenvolvendo o tema devo deixar claro que, ao longo da minha argumentação, não tratarei de qualquer aspecto que envolva qualquer religião. Primeiro por que se fosse levantar argumentos das religiões cristãs, seria justo que também fizesse o mesmo com as demais: afro-descendentes, judaicas, espíritas, etc. E também por que o código de ética não me permite, pois aqui deixo claro que minhas opiniões vêm não só da minha experiência como mãe, mas também dos meus estudos e experiência como psicóloga. 

Recentemente, em um dos grupos virtuais de mães que participo, uma delas fez a seguinte postagem:

"Meu filho de 6 anos me falou com tom de estar se desculpando que estava brincando de boneca Polly com uma amiguinha. Eu baixei ate a altura dele e disse: Meu filho não vejo problema em vc brincar de boneca, vc é ou tem vontade de ser gay? Ele disse prontamente: Nãooooooo! Eu finalizei: Brinque do que quiser, isso não vai influenciar vc em nada! Isso serve para as mães que tem taaaaanto medo dos filhos se tornarem gays..."

Evidentemente surgiram depoimentos de apoio e também de críticas.

Vamos por partes: quanto às brincadeiras. De forma alguma os brinquedos ou brincadeiras serão determinantes, ou serão influência para a determinação da orientação sexual. Eu, particularmente, acho muito tedioso a seção de "brinquedos para meninas", tudo rosa e lilás. Uma menina não pode gostar de verde, ou amarelo, laranja, azul, etc????

Outra questão, o homossexual não "se torna" gay. Ele é! Faz parte da sua identidade como pessoa. Assim sendo não vai ser proibindo seu filho de assistir Angelina Bailarina que ele se tornará o machão que o pai sonha. Logo, assim como ele não "vira", também não "desvira".

Uma das críticas que a mãe da postagem acima recebeu é que ela fez uma pergunta muito "pesada" para uma criança de 6 anos.

Como não conheço pessoalmente, nem virtualmente, a mãe que disponibilizou seu depoimento, não posso ter certeza, mas pelo tom da pergunta, imagino que este assunto deve ser corriqueiro nas conversas entre mãe e filho. 

Tudo depende da forma como o homossexualismo é tratado. Para descrever o que é uma pessoa homossexual para uma criança pequena, não se precisa tocar na questão das práticas sexuais, ou mesmo da anatomia dos órgãos genitais. Basta falar de AMOR! Se a explicação é que existem homens que amam mulheres, assim como homens que amam outros homens e mulheres que amam outras mulheres, esta informação pode ser facilmente assimilada por uma criança de 6 anos, ou mesmo de 3, ou 2.

O menininho em questão respondeu à mãe que hoje ele não tem vontade de ser gay. O que ainda é muito cedo para qualquer pessoa, mesmo a própria criança, ter alguma certeza. Mas se por acaso a resposta fosse outra, acredito que ele falaria com a mesma tranquilidade: "Não sei." ou mesmo "Sim". Primeiro pela pouca idade e o não conhecimento exato do que significa. E segundo por sentir acolhimento e confiança na mãe. Ou seja, mesmo que esse menininho venha a ser gay, ele se sentirá aceito e saberá que não precisa ter vergonha da sua condição.
Minha Vida em Cor de Rosa sobre um menino transsexual

E por fim, gostaria de explicar um pouco sobre as diversas possibilidades homossexuais que existem. A sigla hoje para identificar e defender a classe é GLBTT.
G de gay. O que não necessariamente significa ser efeminado. Assim um menino que joga bola, luta judô, ama carrinhos, pode sim um dia se descobrir gay.
L de lésbicas. O que foi dito sobre os meninos também se aplica às meninas. Existem lésbicas que gostam de ter um visual mais masculino, assim como existem aquelas que a feminilidade ultrapassa inclusive as de muitas mulheres hétero.
B de bissexuais. São pessoas que podem sentir atração por qualquer um dos gêneros. 
T de travestis. São homossexuais, ou não, que gostam de se vestir com as roupas do sexo oposto. Mas que são satisfeitos com sua genitália. Estes não procuram cirurgias de mudança de sexo.
T de transsexuais. Estes é que desde a mais tenra infância demonstram um desconforto com o próprio sexo. São meninos presos em corpos de meninas, ou vice-versa. São estes que procuram cirurgias de mudança de sexo, lutam para conseguir mudar os documentos para um nome mais adequado à sua identidade psicológica.

Acredito que muitas mães têm medo que seus filh@s (o @ é usado quando se deseja incluir os dois gêneros em uma palavra só. Na internet) sejam gays, mais com medo do preconceito que eles provavelmente vão vivenciar em diversos momentos da vida, do que propriamente da sua condição em si.

Mas para que nenhuma mãe venha a sofrer vendo @ filh@ ser vítimas de preconceito, cabe a cada uma de nós avaliarmos se no nosso dia a dia deixamos transparecer algum comportamento de cunho homofóbico. 

Dizer: "Eu não tenho preconceito." é fácil...

Cristine Cabral

Caso queira continuar a leitura sugiro os posts:
Sonhos de Mãe onde falo sobre a importância de separarmos o que é desejo nosso e o que é verdadeiramente desejo da criança.
E isso é normal?!?! texto sobre os padrões de "normalidade".

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Vida de Mãe X Vida de Profissional

 Este embate é ferrenho. Já começa no planejamento da gravidez, que vem sendo cada vez mais adiada em função de um melhor momento da vida profissional da mulher. No entanto a luta maior é depois que o bebê nasce. As perguntas se acumulam: "Com quem deixar o bebê? Avó? Babá? Creche?"; "E se eu deixar de trabalhar para cuidar pessoalmente dele?"

A segunda alternativa tem sido bastante comum... pelo menos no meu círculo de conhecimento. Mas não é uma decisão fácil. Se a pessoa já tem um bom desenvolvimento na carreira fica o peso de abrir mão de todo o esforço feito até então. Se ainda é uma profissional em início de carreira tem a dúvida se conseguirá retomar de onde parou estando alguns anos mais velha. Ou ainda abrir mão de absolutamente tudo e começar do zero em outra área que permita uma melhor disponibilidade de tempo. 

O famoso "trabalhar em casa" também não é fácil, pois um bebê não consegue respeitar horários, os imprevistos que podem acontecer vão desde uma frauda suja na hora em que uma cliente em potencial vem buscar um orçamento, ou mesmo um "desastre" como uma jarra de suco entornada em cima do portfólio com direito a um banho açucarado na "quase" cliente. 

Algumas profissões de nível superior permitem alguma flexibilidade como trabalhar como freelancer, ou com atendimentos em domicílio, ou ainda em clínica particular. 

Mas independentemente da escolha, sempre haverá uma perda. Seja da qualidade de vida da mãe que tem que se desdobrar no trabalho fora e a atenção ao filho, seja do poder aquisitivo.

Eu, particularmente, escolhi a segunda opção. Preferi abrir mão do meu poder de compra do que abrir mão da presença da minha filha. No meu post de apresentação Reviravoltas na Psicologia falei sobre como fui pega de surpresa por vários acontecimentos, inclusive a minha demissão logo após o término do período de estabilidade legal. Eu poderia ter voltado ao mercado logo após o fim do Seguro Desemprego, mas optei por atuar na área clínica que é mais instável, com retorno financeiro mais lento, mas que por outro lado me traz uma satisfação pessoal muito maior. Me sinto muito mais feliz recebendo o agradecimento de uma mãe cujo filho melhorou o comportamento após os atendimentos clínicos do que o reconhecimento de ter batido a meta das seleções previstas para o período.

Frequentemente vejo mães pedindo dicas de trabalhos que possibilitem uma maior flexibilidade. No post Mãe Não é tudo igual falo sobre as Âncoras de Carreira que podem nortear algumas escolhas. Outro possível ponto de partida para quem procura uma fonte de renda alternativa é procurar em suas habilidades diárias. Sabe cozinhar bem? Faz melhor doces ou salgados? Ou é boa mesmo com comidinhas caseiras que podem ser congeladas em porções menores? Tem habilidade manual para artesanato? Com tecido? Massas? Pintura? Bordado? Tem tino para vendas? Quais produtos gosta mais de comprar? Cosméticos, confecções, joias e semi-joias? Ou até quem sabe lingerie ousada e artigos de sexy shop? Por que não? Gosta das coisas bem organizadas? Sabia que existe um serviço chamado "Personal Organizer"? Gosta de organizar festas? Casamentos? Infantis? Gosta de ensinar crianças? Gosta de animar crianças?

Olhe a sua volta... todos os objetos e serviços que você vê ou solicita foram criados, produzidos, vendidos por pessoas. Ou as vezes a grande ideia é exatamente o produto ou serviço que gostaria de ter e que até então não encontrou no mercado. Ou que já existe em algum lugar, mas não onde você mora.

Se você trabalha com um produto ou serviço que já faz parte do seu dia-a-dia, que você já gosta a probabilidade de desenvolver um bom trabalho é bem maior. Grandes negócios podem nascer de um movimento assim. O Sebrae comprova que o empreendedorismo feminino vem crescendo na última década. (Fonte: http://www.agenciasebrae.com.br/noticia/20489588/ultimas-noticias/empreendedorismo-feminino-avanca-na-ultima-decada/) O sucesso é consequência de um trabalho bem feito. 

Aproveito para parabenizar todas(os) colegas psicólogas(os) pelo NOSSO dia. Ser psicóloga é uma grande responsabilidade, mas também um grande prazer. Feliz Dia do Psicólogo para todos de todas as áreas de atuação: Escolar e Educacional; Organizacional e do Trabalho; do Trânsito; Jurídica; do Esporte; Clínica; Hospitalar; Psicopedagogia; Psicomotricidade; Social; Neuropsicologia.

Amo ser Psicóloga, amo ser Mãe, amo ser PsicoMãe.

Cristine Cabral