sexta-feira, 27 de setembro de 2013

PsicoMães Apresenta: Vanessa Nascimento

Há algum tempo acompanho o psicomães da Cristine e da Taciana. Fiquei muito feliz com o convite que recebi para participar desse espaço. Assim como as meninas, também sou psicóloga. Trabalhei por quase 10 anos na área organizacional, onde vivi experiências que não só me fizeram crescer profissionalmente, mas principalmente como ser humano.
Recentemente concluí o mestrado em psicologia, com enfoque em psicologia social do trabalho. O universo do trabalho sempre me encantou e há alguns anos encontrei o melhor caminho para me satisfazer profissionalmente através do mestrado e do ensino da psicologia.
Considero-me fortalezense. Nasci em São Paulo capital, mas raramente lembro-me disso, só mesmo quando estou preenchendo formulários importantes que perguntam minha naturalidade e ainda paro para pensar. Vivi até os 10 anos em São Paulo. E até os 30 em Fortaleza. Acompanhando o marido concurseiro e agora concursado mudei-me para o centro–oeste do Brasil. Primeiro passamos um ano e meio em Cuiabá, no qual devido ao mestrado em Fortaleza, tive que me dividir entre Fortaleza e Cuiabá por um ano. Há uns 9 meses nos mudamos novamente. Ele passou em outro concurso, melhor que o anterior e então nos mudamos agora para uma cidade no interior de Goiás, chamada Jataí. Ela fica no sudoeste do estado, já no finzinho mesmo, perto do Mato Grosso do Sul.
Há pouco mais de três anos encerrei minha carreira na área organizacional para me dedicar ao mestrado e a vida acadêmica. O que em muito contribuiu para acompanhar o marido concurseiro/concursado. Ao mesmo tempo em que me dediquei ao que mais gosto de fazer estudar, aprender coisas novas.
Como psicóloga já estudei da psicanálise à análise comportamental. Passei anos estudando essa última. Contudo, chegou um momento em que tal abordagem não satisfazia mais as minhas questões, não me dava mais as respostas que eu procurava além de não ser mais compatível com minha visão de mundo. Ainda tenho profundo respeito pela AC, e consigo entender boa parte de uma conversa entre psicólogos ACs, como é o caso da minha amiga Cristine.
Hoje sou mais psicóloga social do que qualquer outra coisa, com inspirações na psicanálise e em Vygotsky, a quem ainda conheço muito pouco ainda, mais tenho me esforçado por conhecer mais.
No entanto, o trabalho ao qual me dedico há pouco mais de 4 meses com quase que total exclusividade é gerar uma nova vida. Isso mesmo, estou gestante. E é o melhor trabalho do mundo.
Considerando trabalho como aquilo que você faz, uma atividade que você realiza e que dá um sentido, um significado a sua vida, que lhe diferencia das outras pessoas, aquilo pelo qual você se nomeia, se coloca no mundo. Posso dizer que seguramente meu trabalho nos últimos 4 meses tem sido gestar o Nicolas.
Recebi um convite para ensinar numa faculdade numa cidade vizinha a minha, pouco antes de engravidar, seria para começar no segundo semestre de 2013. Contudo, no meio do mês de junho descobri a gravidez e declinei do convite. Teria que viajar 110km por dia, logo no início da gestação. E essa foi uma das minhas primeiras decisões de mãe.
Logo que recebi o exame positivo uma sensação de que meu corpo não era só meu e de incerteza tomou conta de mim. Incerteza do que viria pela frente, um mundo novo totalmente desconhecido. Mundo no qual eu queria imensamente entrar. Então, pensando que eu não tinha ideia do que viria pela frente tomei a decisão de declinar do convite de trabalho e passar esses 9 meses gestando.
Minha gravidez foi muito planejada e desejada e por isso também não estar trabalhando remuneradamente nesse momento não é um problema, pois essa possibilidade foi calculada. Embora eu esperasse ter engravidado no meio do segundo semestre e não logo na primeira tentativa. Mas, foi um presente maravilhoso ser agraciada logo de primeira com o exame positivo.
Também não seria justo com a instituição que me contratava começar um trabalho num momento que minha única certeza é de que eu não poderia assegurar nada sobre mim, pois eu não tinha nenhuma garantia sobre mim, sobre meu corpo como tudo aconteceria na gestação. O que eu sabia é que eu dividia o meu corpo com outro ser humano, que é metade meu e metade do meu marido, e que eu faria e faço qualquer coisa para assegurar seu melhor desenvolvimento.
De modo que, costumo me intitular, atualmente, como profissional gestante e eterna estudante. Agora, colaboradora do psicomães. Onde pretendo dividir minhas experiências desse “trabalho” de gestar e ir se tornando mãe.
Acredito que às vezes estarei aqui como psicóloga social, às vezes como mãe, e às vezes tudo junto e misturado. Espero aprender muito nas trocas que acontecerão entre nós e também contribuir um pouco com a vida daqueles que me lerem.
Até a próxima postagem!
Abraços do centro-oeste brasileiro!


Vanessa Nascimento

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