sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Férias: Castigo para os pais?


Apesar de morar em Portugal e o ano escolar funcionar diferente do Brasil, todo ano a questão é a mesma em todo lado. Filhos de férias, o que fazer? Muitos pais trabalham os dois turnos e se vêem perdidos para preencher o tempo dos filhos, bem como conciliar os horários juntos e dar conta de tudo.

Se por um lado e diante de tantos "prós" é provável que muitos pais cheguem a considerar a férias dos filhos um castigo. Como ouvi um desabafo de uma mãe em uma loja de brinquedos com os três filhos a dizer: " Que castigo! Não vejo a hora das aulas voltarem para esses meninos terem o que fazer!".  A mãe estava comprando vários brinquedos educativos (ao menos) para entreter os filhos. Bom, a ideia é boa mas comprar brinquedos as quantidades e despachar para os filhos sem ter tempo, nem paciência para brincar com eles é jogar dinheiro fora. Ah e também aumentar a pilha de brinquedos esquecidos dentro de casa, o que eu chamo de "tralha".

Por outro lado é possível aproveitar as férias para curtir os seus filhos. Para os que tem menos tempo, tudo passa por um uma questão de se programar, separar os tempos livres e tentar usufruir o máximo da companhia das crianças. Já para os que tem mais tempo a "cobrança" aumenta, afinal os filhos vão estar o tempo todo a sua volta pedindo atenção! Não se desespere, nessas horas é preciso usar a criatividade. Em casa; vários programas infantis dão dicas de atividades, jogos e entretenimento paras as crianças, sem falar da internet com "n" sites infantis. Jogos ao ar livre, andar de bicicleta, pôr a meninada a gastar energia é sempre uma boa. É comum nesse período haver programação infantil livre, cinema infantil, teatro, nos jornais é possível encontrar essas informações. 

Sabemos que os pais são os modelos dos filhos, ou seja, muito do que eles fazem aprendem em casa com os pais. Ensinar os filhos a desenvolver competências sociais é sempre importante. Porque não aproveitar as férias para isso? Aqui vão algumas dicas do livro, Os Anos Incríveis: Guia de Resolução de problemas para Pais de crianças dos 2 aos 8 anos (Stratton, 2010).

Ensine as crianças a dar inicio a uma conversa e a entrar em um grupo

Esta é uma das primeiras competências sociais que se deve ensinar a crianças pequenas. As crianças precisam aprender como abordar um grupo, como esperar para uma abertura numa conversa e como pedir para participar numa atividade. É preciso praticar essas competências com a ajuda dos pais. Isto pode ser feito recorrendo a dramatizações.

Brinque sempre com o seu filho para modelar e estimular competências sociais

Os pais devem encorajar e elogiar as crianças quando estas demonstram saber brincar com os amigos. Durante estes períodos, demonstre e pratique como se joga à vez, como se partilha, se espera e se cumprimenta os outros. Elogiar o filho sempre que agir corretamente. Recorde-se que as crianças aprendem pelo seu exemplo, visto que o seu papel é modelar como se brinca em colaboração.


Convide colegas do seu filho para a sua casa - e supervisione as brincadeiras 

Projete atividades de colaboração, fazer uma experiência, montar quebra cabeça, jogar, etc. Supervisione as brincadeiras e esteja atento a sinais de que as interações possam estar a ficar fora de controle.

Ajude o seu filho a controlar a raiva

Quando uma criança começa a ficar perturbada devido a raiva, medo, ansiedade ou agressividade não consegue recorrer a competências  de resolução de problemas ou quaisquer outras competências sociais. É necessário promover nas crianças estratégias de controle emocional. A "técnica da tartaruga" põe a criança a imaginar que tem uma carapaça e que é preciso se recolher. Quando a criança recolhe para a sua carapaça inspira 3 vezes e diz: "Para. Inspira profundamente. Acalma-te". Em seguida ela visualiza uma cena de tranquilidade e diz a si própria: " Eu consigo me acalmar e sou capaz."

Desenvolva a empatia

Um relação calorosa e confiante entre pais e filhos contribui imenso para aumentar dos filhos construírem amizades saudáveis. O reforço da auto-imagem da criança como uma pessoa como valor, capaz de ser amiga, a aceitação e confiança em si própria influência na forma com que a criança deseja a aprovação dos seus pares. Procure ser um exemplo e um treinador. :)

Por fim e espero que não esteja cansado!

Leia com atenção, os filhos não são TRABALHO. Entenda que você não presta serviço aos seus filhos (risos). Sim, é preciso ter cuidado, tempo, carinho, dedicação e também cansa. O que se faz com amor faz-se bem. Quem AMA cuida. O afeto e o reconhecimento que se recebe são revigorantes.

Sinta o prazer de ser pai ou mãe...

Saudações de terras lusas!


Taciana Ferreira



Nenhum comentário:

Postar um comentário