terça-feira, 6 de agosto de 2013

O Choro

Estivemos off line devido a algumas questões pessoais, além do mês de férias ser complicado para nos dedicarmos às atividades extras.

Mas estamos de volta e hoje responderei a uma dúvida que recebemos de uma de nossas leitoras:

"Boa tarde novamente peço um matéria sobre como educar uma criança de 1ano de 10 meses que 
 chora muito para conseguir o que quer? Como fazê-lo gostar de ler?...na realidade são duas sugestões."

Bom, esta questão do choro é bem polêmica, pois muitas pessoas acham desumano deixar um bebê chorando sem receber atenção. Mas vamos analisar por partes...
 
Primeiro,  é necessário que a mãe aprenda a diferenciar cada tipo de choro, tem o de tristeza, de medo, de raiva, o de birra... este último é o que deve ser ignorado. Os demais devem receber atenção, cuidado e orientação. Exemplo: a criança está brincando com seu brinquedo preferido que por algum motivo é quebrado. Natural que o choro venha e neste caso que seja de tristeza, pois é uma perda. O que não deixa de ser uma experiência importante, pois nossas vidas são cheias de perdas e quanto antes estamos preparados para lidar com as mais variadas possibilidades, mais fácil (ou pelo menos, menos difícil) a pessoa se recompor. Isto se chama resiliência, termo muito usado hoje em dia nas empresas quando traçam perfis de profissionais desejados.

Depois de identificado o tipo de choro e a razão do mesmo cabe a explicação e orientação de como a criança deve se comportar. É muito importante aprender a nomear o que se sente... o grande problema é que a maioria dos adultos não sabem nomear nem o que eles mesmos sentem e usam palavras genéricas, por exemplo quando a pessoa diz que está nervosa pode ser que esteja com raiva, ou cansada física e/ou emocionalmente, ou ansiosa, ou com medo... Complicado não é?! No post Olhando para dentro fala um pouco mais sobre o assunto.

Importante: não subestime! Já escrevi sobre esta questão em abril no post Não subestime. Acredite que seu filho é capaz de compreender o que você diz. Desde que tenha a postura adequada. Fique da altura da criança, olhe nos olhos, segure suas mãos para que ela tenha toda a concentração no que você está dizendo. As palavras devem ser simples e as frases curtas. "Você não pode fazer isso.", "Você está triste por que seu brinquedo quebrou. Vou te dar colo, abraço e beijos que ajuda a passar.", "Você pode sim ficar não raiva, mas não pode quebrar nada, nem bater por isso." 

E chegamos ao o choro de birra, que é o choro manipulador. Uma criança pequena, princialmente as que ainda não falam só tem como recurso o choro e aprendem como usá-lo e mais importante com quem usá-lo. Este é o que deve ser ignorado. Dá muito trabalho e exige força de vontade. Mas uma vez iniciado o processo para extinguir esse tipo de manipulação é importante manter-se firme, pois se acabar cedendo o efeito vai ser contrário. A criança vai chorar mais forte e por mais tempo. É como se estivesse dizendo "Chorar por dez minutos não resolve mais, tem que chorar agora é por meia hora."

Este processo é muito complicado e se torna mais difícil quando há diferenças de opiniões entre os adultos, pois aparecem os boicotes, as desautorizações e as críticas, muitas vezes na frente da criança que vai saber exatamente para que colo correr quando quiser obter o que deseja. Importante o diálogo entre os adultos envolvidos sejam pais, avós, padrastos, tios, etc. No post Ouwnnn... o bichinho tem alguns argumentos para aquelas mães que lidam com "adversários" dentro de casa.

Resumindo o choro de birra deve ser ignorado, até que a criança aprenda a forma adequada de conseguir o que quer. Importante dar atenção e o devido reconhecimento quando a criança se comportar bem, pedir por favor. 

Educação Emocional exige muito, muitas vezes o coração de mãe fica estraçalhado de ver seu filho triste, ou com saudades. Mas o resultado é para toda a vida e para todos os tipos de interação social. 

O choro que JAMAIS deve ser ignorado é o de medo. Todas as crianças, independente da idade, precisam se sentirem seguras. Os medos devem sim ser enfrentados, mas não de qualquer jeito, sem um cuidado especial.

Cristine Cabral

P.S. Não esqueci da questão sobre a leitura, na próxima semana falarei só sobre isto.




Nenhum comentário:

Postar um comentário